Este post vai ser mais pessoal (eu avisei
aqui que isto podia acontecer!), mais íntimo. Na verdade, o título devia ser "A dualidade da lingerie", pois a bipolaridade neste assunto deve ser minha, mas... Quero saber se é de mim ou se é de mulher!
Eu acho que a lingerie é algo de extremos. É linda, sim, e sensual. Existe para todos os gostos e com todos os feitios, em todas as cores e texturas. Toda a gente gosta de ver uma mulher de lingerie.
Mas é também um verdadeiro teste à nossa confiança!
Quando uma mulher veste lingerie, pode sentir uma de duas coisas - ou até ambas em simultâneo, na loucura: pode pensar que é a sensualidade em pessoa e que está ali para dominar o mundo e arredores em trajes menores e do alto de uns 10cm, ou então pode pensar "onde raio vim meter estes trapinhos, vê-se tudo o que tenho que esconder!", e ainda existem as inevitáveis comparações com a outra do filme que era muita mais gira ou a outra da fotografia de catálogo que era muito mais gostosa, e que nunca vamos ser assim e que bom bom era se fôssemos como elas.
E depois entra a paranóia "Ai jesus, se eu própria penso assim, como será que ele pensa! Certamente que tem um super-poder que lhe permite estar a olhar para mim e a visualizar a outra gostosa!".
A primeira mulher que nunca pensou assim, mesmo que só lá no fundinho, mesmo que não queira admitir, pode apedrejar-me em praça pública!
Ou então pode dar-me umas dicas de como ser a pessoa mais auto-confiante de sempre.
Mas aqui entra uma questão importante que eu quero salientar e interiorizar, o típico "cada um é como cada qual", ou seja, eu sou como sou e pronto. Valerá assim tanto a pena estarmos sempre a fazer comparações? Afinal, temos que trabalhar com aquilo que temos! Podemos melhorar algumas coisas, sim, mas nunca esperar que nos transformemos naquela modelo linda de morrer e com tudo no sítio. Primeiro, ela tem a genética dela. Segundo, é o trabalho dela. E terceiro, sabemos muito bem que existem sempre retoques, idas diárias ao ginásio ou simplesmente muita sorte. O que não invalida que essa própria modelo não possa também ter os seus dias de inseguranças - apesar de ela ser boa "o suficiente" (passo a expressão) para ser modelo de lingerie.
O que eu quero dizer é:
- mulheres, deixem de ser paranóicas e aprendam a lidar com o vosso corpo. Não há mal nenhum em ter celulite, estrias, gordurinhas, pouco rabo, peito descaído, marcas de nascença ou o que quer que seja. Gostem de vocês antes de esperarem que os outros gostem também!
- homens, compreendam que as mulheres são constantemente submetidas a uma pressão social para serem lindas e maravilhosas e que só querem sentir-se desejadas por quem gostam. Portanto, desejem-nas! Façam elogios e mostrem que realmente gostam delas. Evitem comparações - as mulheres não precisam de ser melhor do que x ou y para serem a melhor para vocês.
Estando o testamento feito, tenho a dizer que o objectivo da lingerie é seduzir, quer os outros quer nós próprias. Mas só podemos seduzir se nos sentirmos capazes disso, ora bolas! Portanto, procurem peças que vos façam sentir bem. Se não se sentem confortáveis com umas cuecas super pequeninas, usem umas maiores com renda. Se acham o vosso peito demasiado descaído, comecem com um corpete. Se não gostam da vossa barriga, arrisquem um babydoll. A lingerie tanto pode ser romântica como brutalmente sexy, basta verem o que se enquadra mais na vossa personalidade e humor.
Com tempo acabarão por sentir mais confiança e vão querer experimentar tudo e mais alguma coisa, das camisas de noite aos trapinhos invisíveis!
A minha proposta final: a lingerie devia vir sempre com uma etiqueta a dizer "you go, girl!" para nos dar assim um boost de "ah porra, veni, vidi, vici!".
Concordam comigo ou sou só parva?
Até já,
AM